O dia 7 de setembro de 1822 é conhecido como o histórico dia em que Dom Pedro deu início ao processo de independência do Brasil. O grito de independência foi dado às margens do rio Ipiranga. Neste dia, 199 anos depois, cabe a reflexão: essa independência aconteceu para todos de forma igual? Ou apenas reafirmou o privilégio de poucos? Em todo esse processo, ainda restam reflexões, além de uma análise do cenário atual sobre a liberdade do povo brasileiro.
Em primeiro lugar, é preciso entender que a independência não foi, necessariamente, um processo que garantiu a cidadania de todos os brasileiros. O processo aconteceu, em grande medida, porque a elite econômica, principalmente do Sudeste, entendia a interferência portuguesa como algo que afetaria seus interesses econômicos. A transferência de poder no Brasil aconteceu de pai para filho, como uma espécie de herança, uma transição que seguiu reforçando os privilégios da “alta sociedade”.
Para além de todos os privilégios, as desigualdades sociais no país seguiram de forma constante. A escravidão, por exemplo, seguiu no país, sendo abolida oficialmente apenas em 1888. Em meio à sociedade patriarcal e aristocrática, é preciso refletir sobre os problemas sociais que perpetuam desde então. É através do pensamento crítico e do inconformismo que novos conceitos e possíveis revisões históricas podem surgir. A liberdade e independência que se busca deve incluir todos os brasileiros, independente das suas diferenças.
A liberdade e autonomia devem ser princípios básicos, já defendidos na Constituição, praticados diariamente na sociedade. Não há espaço para a exclusão da cidadania de diferentes grupos. É preciso repensar a construção da história brasileira, para que os mesmos erros e exclusões não sejam cometidos em nenhum outro momento. Portanto, é preciso adquirir uma independência, de fato, todos os dias, e para todos.
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